
Profissionais denunciam falta de diálogo, ausência de propostas concretas e ameaças de criminalização do movimento
Após mais de quatro meses de tentativas de negociação sem avanços, os professores e professoras da rede municipal de Olinda decidiram deflagrar greve. A categoria alega que a gestão da prefeita Mirella Almeida (PSD) tem dificultado o diálogo, atrasado a entrega de dados solicitados e não apresentou até o momento nenhuma proposta de reajuste salarial ou plano de melhorias para as estruturas físicas das escolas.
Segundo representantes do movimento, a decisão pela paralisação foi tomada após a terceira mesa de negociação, realizada mais de um mês após o último encontro. Os professores afirmam que, além da ausência de avanços, a postura da gestão tem sido marcada por intimidações e tentativas de deslegitimar o movimento.
“A prefeitura diz que estamos sendo abusivos, mas abusivo é ver crianças comendo cuscuz seco, escolas com ratos e escorpiões, fardamentos que não chegam, e uma prefeita que se recusa a dialogar com os servidores”, disse uma professora que preferiu não se identificar por receio de retaliações.
A categoria também critica a intenção da prefeitura de acionar a Justiça para tentar barrar a greve, o que, segundo os docentes, reforça o caráter autoritário da postura da gestão. “Somos professores e professoras, não criminosos”, reforçou outro integrante do movimento.
Até o momento, a Prefeitura de Olinda não se pronunciou oficialmente sobre a deflagração da greve.