
A utilização da cannabis para fins medicinais já é uma realidade no mundo. Milhares de pessoas estão sendo beneficiadas com tratamentos à base da extração de substâncias da maconha para fins terapêuticos e medicinais.
Usada em tratamentos para diversas doenças, como distúrbios neurológicos, dores crônicas, condições oncológicas, doenças gastrointestinais, distúrbios do sono, condições dermatológicas, doenças respiratórias e imunológicas, a cannabis representa um avanço medicinal significativo.
Entretanto, o preconceito associado ao estigma de seu uso recreativo causa inúmeras dificuldades para o cultivo da planta e a produção em larga escala de medicamentos derivados dela, dificultando o acesso para quem vê nesses tratamentos uma alternativa para melhorar sua qualidade de vida.
Mas há avanços, e uma novidade muito positiva está acontecendo em Olinda. A Associação Aliança Medicinal administra a primeira “Fazenda Urbana de Cannabis” do Brasil. O projeto funciona desde 2023, quando a associação obteve autorização judicial para cultivar a erva e produzir medicamentos à base da planta.
A fazenda está localizada em um galpão no bairro de Vila Popular. No local, as mudas são cultivadas em temperaturas controladas, entre 22 e 30 graus, e o extrato das flores é retirado para a produção de óleo. Segundo Ricardo Hazin, diretor da associação, o método desenvolvido por eles para a produção automatizada simula as estações do ano, garantindo melhores condições para o desenvolvimento da planta e de suas substâncias.
A produção mensal é de cerca de 2 mil frascos de 30 mililitros, com custos que variam entre R$ 150,00 e R$ 500,00. A entidade conta com 9 mil filiados em todo o país, para os quais fornece sua produção.