O advogado e especialista Junior Lyra escreveu este artigo sobre o tema:
Se fizermos uma análise da conjuntura política e ideológica dentro daquilo que delimito como um recorte da realidade atual do pensamento crítico da visão eleitoral municipal, considerando a polarização Lula x Bolsonaro, veremos que o voto dos chamados “bolsonaristas” tende a compor a totalização dos votos nulos ou brancos.
Costumo dizer que os extremos, sejam eles da esquerda ou da direita, não representam uma visão democrática, pois não cabe na democracia, ao meu ver, o extremismo, seja ele qual for.
Dito isso, passo a analisar, dentro da realidade e do sentimento das diversas correntes ideológicas eleitorais, aquilo que considero ser o provável comportamento do eleitor dito “bolsonarista”.
Em primeiro lugar, quem não votou na candidatura indicada pelo atual gestor municipal, no primeiro turno, buscava a mudança da forma de gestão municipal atual. Temos, portanto, a primeira premissa: mudança.
A segunda premissa é a que vincula o eleitor a determinada corrente politica – esquerda, direita ou centro – e, nesse caso, restaram duas candidaturas: a de esquerda e a indefinida, pois não tem coragem de dizer se é de direita ou não. Assim sendo, podemos afirmar, sem dúvidas, que não há candidatura de direita no segundo turno de Olinda.
Nossa segunda premissa é a ideologia.
Se olharmos para o espectro político atual em Olinda, fica evidente que o eleitor “bolsonarista” irá optar pelo voto nulo como forma de protesto. Para isso basta que votem 22, anulando o voto e, ao mesmo tempo, dizendo aos demais que sua opção é clara: votar na direita.
Não há, na visão “bolsonarista”, opção de mudança, nem opção ideológica que atenda sua expectativa daquilo que seria ideal para Olinda, ou seja, não há no segundo turno de Olinda a junção das duas premissas que apresentamos anteriormente, do ponto de vista “bolsonarista”, sendo o voto nulo a forma mais lógica de votar.
Portanto, é muito provável um aumento considerável de votos nulos e brancos no segundo turno em Olinda como uma resposta do “bolsonarismo” .