Dando continuidade a série, O Parlamento, o Diário de Olinda conversou com o vereador Jesuíno Araújo, que falou um pouco sobre a sua história e atuação parlamentar na cidade.
Vamos à entrevista:
1°) VEREADOR, FALA UM POUCO DA SUA BIOGRAFIA E SUA TRAJETÓRIA, ATÉ CHEGAR À CÂMARA?
Sou Jesuíno Araújo, filho de “seu” Jiso e D. Iraildes, irmão de Gislenne e Geison, pai de Letícia e esposo de Mônica.
Considero-me um olindense que “foi ali em Recife, nascer, e voltou pra casa”, À época em que nasci quase não tinha opção de hospital-maternidade em Olinda e, em consequência, fui nascer na maternidade Oscar Coutinho, no Bairro dos Coelhos (Recife), de onde vim diretamente para a Rua de São José, transversal da Rua do Sol (em Olinda), bem ao lado da Igreja de São José dos Pescadores.
Aos 3 anos de idade fomos morar no Bairro de Jardim Atlântico, na Rua José Mariano, onde fui estudar no colégio Dom Bosco. Meu pai era proprietário de uma Transportadora e sempre me levava, após as aulas, para “trabalhar” com ele, pois, como ele dizia, era para eu “não ficar pela rua”. Gostava muito de acompanhá-lo no trabalho, na verdade me sentia orgulhoso de estar ali, ao lado dele, que sempre foi minha inspiração.
Na adolescência fui muito ativo e meu pai sempre nos incentivou a “correr atrás” para conseguirmos as coisas que queríamos. Ele trabalhou muito para nos dar uma vida confortável, mas preferia nos dar a vara para pescarmos nossos próprios peixes.
Completei 18 anos e no dia seguinte fui de imediato providenciar minha habilitação de motorista. Havia em Jardim Atlântico a venda de “Seu Batista” – frutas, verduras, secos e molhados… tinha de tudo. Quem, em Jardim Atlântico, não conhecia Seu Batista? – onde meus pais faziam a feira.
Seu Batista me convidou pra trabalhar com ele, indo três vezes na semana para a CEASA. Usando a caminhoneta de meu pai, segundas, quartas e sextas feiras, 04h00minh da manhã íamos, eu e Seu Batista, fazer compras na CEASA. O pior dia desse meu trabalho era a sexta-feira. Ficava de madrugada esperando Seu Batista para irmos às compras e via meus amigos voltando das festas eu lá, só na vontade. Com isso comprei o meu primeiro telefone celular. Depois fui trabalhar com meu Pai.
Aos 23 anos fui morar nos EUA. Meu irmão já estava lá e fui me encontrar com ele. Foram dias difíceis, dormíamos (5 pessoas) em um quarto de uma igreja. Depois alguns amigos vieram do Brasil e 1alugamos uma casa de três quartos onde fomos morar. Foi uma experiência maravilhosa e edificante! Muita descontração, muito companheirismo e muito trabalho. Eu acordava às 3 horas da manhã para entregar jornal, terminava às 6 horas e ia direto para uma floricultura (largava as 17h00min horas), em seguida corria para uma fábrica de computadores para fazer a limpeza nos escritórios (largava as 22h00min horas) chegando em casa às 22h30min… uma jornada muito grande de trabalho, chegava “morto” de cansado e já pensando que daqui a pouco começava tudo de novo.
Foi lá que aprendi os valores da vida… aprendi a dar mais valor à família e intensificar o respeito ao próximo. Aprendi também, nesse país de primeiro mundo, a respeitar a natureza. Foi também de lá também que vi as coisas boas que o Brasil não tinha (tem). Uma boa educação, uma saúde exemplar, um trânsito organizado, calçadas de boa qualidade, esgoto passando no devido lugar e água potável na torneira. Achava que tudo aquilo poderia acontecer em Olinda.
Voltei dos Estados Unidos em 2002 e em 2003 montei uma loja de autopeças em Peixinhos e, em 2005, a loja de Auto Peças não ia bem e terminou fechando. Foi quando um amigo, Rodrigo, que morava no Canadá, me chamou para morar lá. Dessa feita aprendi a trabalhar na carpintaria e ajudante de pedreiro.
Quem me conhece de “antigamente” sabe que eu sempre gostei de promover festas e que me preocupava em reverter o resultado dessas festas, de alguma maneira, para entidades filantrópicas ou mesmo distribuindo em alguma comunidade as contribuições das festas (alimentos, roupas, essas coisas…
Quando morei nos Estados Unidos, vendo tudo tão ordenado por lá. Eu já pensava em fazer alguma coisa, contribuir de alguma maneira, para melhorar a qualidade de vida do nosso povo em Olinda.
Daí a ideia, com incentivo e apoio de pessoas queridas (familiares e amigos), em me candidatar à vereador em 2004, pela primeira vez, e obtive 1.136 votos. Não consegui me eleger, mas, a derrota não me abalou, me deu experiência e me fortaleceu.
Depois disso, já no Canadá, eu falava para alguns amigos que quando eu voltasse para o Brasil iria me candidatar novamente! Eu queria ser vereador de Olinda, eu queria tentar contribuir para melhorias na cidade. Meus amigos diziam que eu era doido em deixar um país maravilhoso (onde eu ganhava 35 dólares por hora) para tentar ser vereador em Olinda. Mas era esse o meu desejo, eu queria ajudar a mudar e melhorar a situação do povo de Olinda.
Voltei do Canadá em 2008 e no ano seguinte conheci o, à época, vereador Daniel Coelho que me convidou para coordenar a campanha dele, em Olinda, para Deputado Estadual. Fizemos um trabalho onde Daniel foi vitorioso, obtendo mais de 4.500 votos no município olindense. Fui trabalhar no gabinete dele e, em 2012, fui candidato a vereador pelo PSDB sendo eleito com 2.545 votos.
2°) QUANTOS MANDATOS E QUAL FOI SUA VOTAÇÃO?
Atualmente no terceiro mandato. Em 2012 tive 2.545 votos, Já em 2016 obtive 3.173 votos e em 2020, consegui 3.175 votos.
3°) COMO O MANDATO TEM CONTRIBUÍDO PARA MELHORAR A CIDADE?
Me preocupo e defendo a educação, saúde e bem estar animal, também sou envolvido na defesa das causas do autismo fibromialgia, e estou me aprofundando e abraçando a causa da epilepsia.
A questão da infraestrutura também é destaque nas minhas ações. Somos autor de 100 Projetos de Lei, e destes, 31 Leis aprovadas, de relevante importância para o município e munícipes.
4° QUAL A PERSPECTIVA PARA AS ELEIÇÕES DE OUTUBRO?
Nesses últimos 11 anos de mandato atuamos para melhoria da cidade de Olinda e vida mais dignas para os moradores, conscientemente voltados para retribuir a confiança que nos tem sido depositada.
Plantamos o nosso melhor, com vários projetos na cidade, e temos a Consciência de que, tudo o que fizemos, foi para melhorar a vida, saúde e educação de nossos moradores.
Nossa perspectiva é de continuarmos merecedores da confiança e dos votos de nossos cidadãos para continuarmos trabalhando e lutando sempre pela melhoria de vida de cada um, ajudando a fazer de Olinda uma cidade melhor para se viver.