No dia da Música Popular Brasileira recebeu nossa repórter, Karine Pernambuco, onde falaram sobre seus projetos, influências artísticas e o que é melhor, sobre a musicalidade nacional.
Vamos à entrevista:
1. Alexandre, de início, em nome do Diário de Olinda agradecemos bastante sua atenção e como também fãs do seu trabalho, fala um pouco pra nós sobre sua história na música:
Comecei na música pela Eddie, banda que eu já conhecia antes mesmo de fazer parte. O grupo tinha um repertório bem influênciado por Ramones, Sex Pistols e outras bandas gringas e nacionais do punk rock, e com isso, faziam releituras e também músicas autorais (o que eu mais curtia), “brasileirando” esse som influências do samba, bossa nova, samba-rock, frevo e forró, ritmos que fazem parte da MPB.
Quando fui convidado a fazer parte da Eddie, por ser da percussão ritmista que abrangem ritmos populares na MPB, a Eddie teve uma mudança sonora buscando uma característica misturando ritmos universais como rock, reggae e nossa MPB se denominando de uma MPB Contemporânea.
Na Sequência alguns anos depois, ajudei a criar, juntos com amigos de infância, que também tocavam em outras bandas, como Eddie, Mundo livre S/A, Bonsucesso Samba clube e Naná Vasconcelos a Academia da Berlinda.
Mas aqui a ideia era de se divertir, fazendo Jans Secions pela cidade, festas nos quintais de casas de amigos, com repertório de artistas da MPB do Norte Nordeste, tipo Reginaldo Rossi, Beto Barbosa, Pinduca, Alipio Martins entre outros, que por muitos são considerados como bregas, mas que não deixa de ser música popular brasileira, só que sofria descriminação por parte do Sul e Sudeste.
Epós essa primeira fase laboratórial e de influências, resolvemos compor músicas autorais saindo das releituras e deixar de ser uma banda de jans, foi ai que firmarmos a Academia da Berlinda como parte da MPB.
2. E falando sobre MPB, existe uma fórmula única para essa música tão falada?
Fórmula única, é cantar em português do Brasil, mesmo se a música for em ritmos universais, a linguagem, a história cantada, citando lugares, motes que tem brasilidades pode sim ser chamada de MPB.
A MPB é rotulada por alguns ritmos nacionais mais populares e conhecidos no mundo, como Samba, Bossa Nova, Pagode, Forró, Axé, Funk Carioca e até o Sertanejo, coisas do mercado fonográfico.
Já outros ritmos mais populares e tradicionais , tipo Maracatu, Coco, Ciranda, esses são considerados como músicas ou ritmos regionais ou como Jazz e World Music para festivais fora do país, na Europa e outros continentes.
03. E quais as influências musicais dos membros da Academia da Berlinda e o que de MPB vocês tem escutado?
Escutamos muitos sons do mundo. Temos acompanhado o mercado brasileiro atual, só que Caetano Veloso, Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Roberto Carlos, e alguns já finados Tim Maia, Gal Costa, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Erasmo Carlos, Vinicius de Morais, Tom Jobim etc. Bem, se eu for falar de todos será uma lista enorme, só que esses são os imortais (vivos e mortos) que mantêm a base da MPB e não deixam de ser uma influência sonora para nossos ouvidos.
Mas também percebemos uma massa de artistas e de bandas representativas na MPB, oriundas dos anos 80 e 90, como Titãs, Paralamas do Sucesso, Chico Science e Nação Zumbi, Eddie, Academia da Berlinda, além de outros mais atuais, como Liniker, Silva, Marcelo Jeneci, Juliano Holanda, Almério, Martins, Otto, Céu, Tulipa Ruiz, Karina Buhr, Monbojó, e por aí vai, nessa sequência aparecem muitos logados a uma play list de MPB.
4. A MPB tem sido consumida no Brasil? E quem seria o seu público?
Acredito que o público que consome a MPB hoje em dia, tem em média 30 à 60 anos, por conta da parte poética das canções, qualidade musical não descartável, uma faixa de idade que ainda sai para shows, pagam ingressos acompanham seus artistas favoritos, ouvindo nas plataformas digitais.
É um tipo de matéria muito interessante e que me chama atenção. É incrível como os jovens de hoje não tem o pleno conhecimento do que é verdadeiramente o MPB. Nossas raízes e origens estão no MPB.