
A comunidade do V8 vive dias de medo e tensão. O território se tornou palco de uma violenta disputa entre facções criminosas, que tentam dominar a área e impõem à população um cotidiano marcado pela insegurança.
Na madrugada desta sexta-feira (8), um confronto intenso entre grupos rivais resultou em uma chacina com quatro mortos, além de um cenário de pânico generalizado. Uma motocicleta e um carro foram incendiados durante a ação.
Moradores, que pedem anonimato por medo de represálias, relatam que a criminalidade tomou conta da comunidade, em um cenário comparado ao de áreas dominadas pelo crime organizado no Rio de Janeiro e em São Paulo. Há denúncias de cobrança por fornecimento de internet, taxas de “segurança” impostas a comerciantes e invasões de grupos rivais na tentativa de assumir o controle local.
Casas têm sido marcadas com siglas de facções criminosas. A escalada da violência também atinge comunidades vizinhas, como Ponte Preta, Burra Nua e Sítio Novo.
Esse clima de guerra urbana não se restringe a Olinda. Cidades da Região Metropolitana, como Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca, Abreu e Lima, Jaboatão dos Guararapes e até bairros da capital, Recife, enfrentam problemas semelhantes.
Apesar de dados divulgados pelo Governo de Pernambuco indicarem redução nos índices de violência, a percepção nas periferias é oposta: para quem vive nessas áreas, o medo ainda é dominante e a paz, distante.