A decisão da 12° Vara da Justiça Federal de retirar o nome da Dr.a Ana Paula Azevêdo, primeira mulher negra da história a integrar a lista sêxtupla da OAB/PE, tem gerado desconforto, frustração e revolta entre vários movimentos que defendem a igualdade racial, bem como a própria advocacia negra do estado.
De acordo com o regramento, a lista deveria incluir três homens, sendo um negro, e três mulheres, com pelo menos uma negra. No entanto, após decisão judicial, Ana Paula foi substituída por uma outra candidata branca, resultando em uma lista sem nenhuma advogada negra.
E a decisão não ten sido bem aceita, e por conta disso, a Advocacia Negra e o Movimento Negro Unificado (MNU) repudiaram o ocorrido, apontando racismo institucional e a tentativa de perpetuar os privilégios históricos no judiciário.
Para Débora Gonçalves e Fábio Fonseca, lideranças da Advocacia Negra Pernambucana, “a decisão visa perpetuar privilégios históricos sobre o pretexto de críticas desconectadas da realidade. Lamentamos que, em um momento de conquistas inéditas, ainda enfrentemos ataques que refletem o desconforto de quem não se reconhece em um modelo plural”.