
A prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD) anunciou nesta semana, o programa “Saúde nas Igrejas” que visa levar atendimento especializado de saúde por meio de atendimentos feitos em algumas instituições religiosas do município, sobretudo as evangélicas.
O programa que a princípio, não específica ser exclusivamente para membros de determinadas igrejas, tem sido questionado por alguns setores da sociedade, tanto pela forma, quanto por seu conteúdo.
E dentro das críticas, fica nítida a preocupação com a possibilidade do programa trazer limitações ao acesso de alguns seguimentos da população a tais serviços, ponderação essa, feita principalmente pelos fiéis da religião de matriz africana, que historicamente já sofrem diversos tipos de preconceitos.
“Temos aqui uma ideia que a princípio possa parecer boa, aproximando os serviços da saúde à população. Contudo, tais ações facilmente podem ser questionadas, principalmente se o programa direcionar suas ações para uma comunidade religiosa específica, ferindo a impessoalidade e a laicidade do Estado. E tais preocupações não são secundárias, já que é pública e notória a relação da prefeita e seu grupo político ao meio evangélico”, refletiu o cientista político, Wallace Melo.
Outro questionamento que tem sido feito, diz respeito ao porquê de não se executar o programa em outros possíveis espaços, como escolas, associações de moradores e organizações da sociedade civil, ou até mesmo, frente o potencial do programa, usar ele para fortalecer as unidades de saúde do município, o que efetivamente beneficiaria toda população, evitando maiores distinções.
Pois bem, embora a ideia do programa tenha sido bem intencionada, é preferível que a prefeitura acompanhe de perto a execução das ações, para que a solução construída não vire um problema para a prefeita.