
Na última semana, os parlamentares em Brasília aprovaram a chamada PEC da Blindagem e deram urgência à votação de proposta de anistia — medidas que muitos veem como atentados contra o estado democrático de direito.
O que esses políticos não esperavam é que a reação seria imediata. Subestimaram o povo e sua capacidade de união em momentos críticos. Quando se ataca o verdadeiro patriotismo, as ruas se tornam palcos de protesto: centenas de milhares de pessoas elevando uma bandeira genuína do Brasil.
Uma semana antes da votação, no feriado de 7 de setembro, movimentos de extrema direita saíram às ruas com pautas antidemocráticas clamando por anistia, intervenção militar e até intervenção estrangeira — em alguns casos, simbolicamente associados à bandeira dos Estados Unidos.
O que tudo isso sinaliza de fato? Que o país está dividido? Que vivemos sob uma “ditadura da toga”? Ou será que o poder da narrativa e a manipulação política nos empurraram para o presente?
São perguntas que exigem reflexão. É urgente encontrar um caminho de pacificação — mas não por meio da impunidade. Caso contrário, assistiremos à repetição de tentativas de corroer o estado democrático de direito a cada novo ciclo eleitoral.
Precisamos buscar soluções reais para os problemas da nação: educação universal de qualidade, segurança alimentar, equidade de oportunidades. Essas soluções não vêm pela força autoritária, estrangeira ou de atalhos legislativos perigosos — os exemplos recentes dos conflitos geopolíticos são prova disso.
O recado já foi dado: os políticos podem muito, mas não tudo. E com um Senado que verá renovação de cerca de dois terços de seus membros, a pressão popular poderá tornar esse limiar moral mais visível — por conveniência ou por medo de rejeição — antes que o país siga por um caminho cinzento.