O Diário de Olinda esteve com Marcos Morais, importante articulador político da cidade e atual presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Olinda.
E vamos à entrevista:
Marcos, é com muita alegria que estamos aqui, nessa entrevista contigo. Mas para iniciarmos o nosso papo, vamos falar um pouco sobre sua atuação aqui em Olinda.
01°) DE INÍCIO, FALA UM POUCO SOBRE SUA HISTÓRIA E QUANDO OLINDA TORNOU-SE O CENÁRIO PARA SUA VIDA.
Primeiro quero parabenizar todas as pessoas que estão a frente deste importante e qualificado meio de comunicação e de informação para a sociedade, que tem sido o Diário de Olinda. Bem como, agradecer também pela oportunidade dessa entrevista.
Mas vamos lá, sou natural de Garanhuns, e vim morar em Olinda aos 4 anos de idade, filho de um auxiliar de serviço gerais e de uma lavadeira, sendo um dos 12 filhos deste casal, que pôr falta de condições de manter os nossos sustentos, aos 6 anos colocara-me no orfanato chamado Abrigo Bezerra de Menezes, frente a atual Moto Honda da Vila Popular, na Presidente Kennedy. Foi lá que vivi até os meus 13 anos de idade.
Aos 14 anos voltei para casa dos meus pais, daí para ajudar na sobrevivência da família. Nesse período, tive que trabalhad como catador de materiais recicláveis, junto com mais quatro irmãos todos menores. E mesmo diante tamanhas dificuldades, estudamos e conseguimos concluir nossos estudos.
Aos 25 anos, após ter passado pôr alguns trabalhos formais, resolvi adentrar nas lutas comunitárias em busca de melhor qualidade de vida para minha comunidade, daí pra frente enveredei nos movimentos sociais e na vida política partidária, filiando-me ao partido PCdoB no ano 2000, aonde fiz parte do diretório municipal por dois mandatos. Contudo, em 2013 me afastei do partido.
Foi durante está trajetória, que passei a perceber o qual seria importante a nossa participação para contribuir com às políticas públicas na perspectiva de melhor qualidade de vida para nossa população, daí pôr diante não consegui sair mais do cenário político em Olinda.
02°) JÁ QUE COMEÇAMOS A FALAR SOBRE SUA ATUAÇÃO POLÍTICA NA CIDADE, CONTA MAIS UM POUCO DAS SUAS ATUAÇÕES FRENTE AOS MOVIMENTOS COMUNITÁRIOS E NOS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO E CONTROLE SOCIAL NA CIDADE.
Nos movimentos, fiz parte da Associação de Olinda Nova, na Cidade Tabajara, e foi nesse período que entrei para UNACOMO/PE, no ano de 2003. Mais adiante. Em 2006 fui eleito para a presidência da entidade, permanecendo até 2018.
Durante este tempo, fui conselheiro e presidente do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional de Olinda, pôr dois mandatos; fui conselheiro e presidente do Conselho Municipal de Assistência Social, por dois mandatos; fui conselheiro por dois mandatos do Conselho de Controle Urbano de Olinda e do Conselho Estadual das Cidades.
Além disso, junto com a diretoria da UNACOMO/PE ajudamos na organização de inúmeras conferências e seminários de controle social, em Olinda e no estado de Pernambuco.
Hoje, estou no meu segundo mandato como conselheiro de direitos da criança e adolescentes de Olinda e também estou como presidente do COMDACO.
03°) ALÉM DE UMA LIDERANÇA POLÍTICA, VOCÊ TEM SE DESTACADO, SOBRETUDO COMO UM FORTE ARTICULADOR NA CIDADE, PRINCIPALMENTE NOS BASTIDORES DA CÂMARA DE VEREADORES. COMO FOI SUA PASSAGEM, ENQUANTO ASSESSOR POLÍTICO PELO LEGISLATIVO OLINDENSE?
Tratando da boa articulação e trânsito com o parlamento de Olinda, eu sempre tive e tenho um diálogo muito respeitoso e responsável com todos os parlamentares da cidade, e aprendi muito sobre o funcionamento, a dinâmica e administração da Câmara, durante a minha passagem naquela casa, sobretudo quando estive como chefe de Gabinete de um vereador a época.
04°) E NO COMDACO? FALA UM POUCO COMO VOCÊ CHEGOU NA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO, E QUAIS TEM SIDO AS CONTRIBUIÇÕES DESSE ESPAÇO PARA A SOCIEDADE DE OLINDA, SOBRETUDO PARA AS CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
A nossa ida para a diretoria, e depois, para a presidência do Conselho Municipal da Criança e do Adolescente, foi fruto da minha passagem pela presidência do CMASO (Conselho Municipal de Assistência Social de Olinda), pois, antes de finalizar o meu mandato, fui procurado pelos conselheiros e entidades do COMDACO, que solicitaram para que eu fosse representante deles assumindo a presidência.
E durante essa minha passagem, junto com os demais conselheiros, conseguimos a força da justiça, a abertura do 3° Conselho Tutelar, o que ampliou o quantitativo de conselheiros na cidade passando de 10 para 15, e por consequência, ampliando o atendimento e fortalecendo a garantia dos direitos das crianças e adolescentes na cidade.
Também contribuímos na formação dos conselheiros de direitos e conselheiros tutelares e conseguimos financiar projetos voltados para as OSCs, executando atividades com crianças e adolescentes, mobilizando um montante de 600 mil Reais, recursos esses, oriundos de capitação direta através do COMDACO, para o fundo da criança e adolescentes.
Conseguimos alugar uma nova sede para o COMDACO, ofertando ao conselho um melhor ambiente de trabalho, desde no que diz respeito aos profissionais que lá atuam, quanto a estrutura material.
Hoje, COMDACO um dos espaços mais acolhedor e participativo para a efetivação de um debate sadio e para a construção das políticas públicas.
05°)E POR FIM, NO ÂMBITO MUNICIPAL, COMO VOCÊ AVALIA A GESTÃO DO PROFESSOR LUPÉRCIO?
No âmbito da administração municipal, politicamente falando, hoje em Olinda estamos nos deparando com uma gestão que não diáloga com às pessoas que vivem a cidade, e nem tem diálogo com às demais forças políticas no município.
Vivemos uma administração no município rodeada de incertezas, e sem um real projeto de cidade, políticas públicas afirmativas, ou até mesmo um modelo de gestão.
Infelizmente, vivemos em uma Olinda, onde tudo é feito no improviso e sem o minimo planejamento administrativo.