
Olinda é uma cidade de forte tradição libertária. O nosso povo lutou de forma pioneira contra o domínio colonial e se forjou na resistência política e cultural à violência do Estado. Essa identidade altiva e rebelde, por óbvio, nada tem a ver com a subserviência aos interesses estrangeiros, o golpismo covarde e a traição ao povo — marcas incrustadas na digital de Jair Bolsonaro e da extrema-direita brasileira. Apesar disso, um vereador bolsonarista da Câmara de Olinda, Alessandro Sarmento (PL), está tentando aprovar a concessão do título de cidadão olindense ao ex-presidente pelos “relevantes serviços prestados ao município”.
Quais seriam esses “relevantes serviços”, o vereador não disse. Os fatos são que o negacionismo de Bolsonaro na condução da pandemia resultou em 400 mil mortes evitáveis. O ex-presidente atacou e desmontou os serviços públicos, implementou contrarreformas que retiraram direitos conquistados há décadas pelos trabalhadores e privatizou estatais estratégicas — tudo para saciar os interesses dos mais ricos. É misógino, homofóbico, racista e, apesar da persona de falso patriota, odeia o nosso povo, sua identidade e cultura. O governo do genocida vilipendiou a ciência, a educação pública e colocou o Brasil de joelhos para o mundo, batendo continência para a bandeira americana. Para piorar, Bolsonaro é ladrão de joias e golpista, réu por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Além disso, responde por envolvimento em um plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da República eleitos, e Presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à época. Um fascista completo.
O lugar destinado a gente desse tipo — traidores da pátria e inimigos do povo trabalhador e da democracia — não é o das honrarias, mas a prisão e a lata de lixo da história. Desta vez, nós não permitiremos o esquecimento, a anistia, a borracha sobre a verdade histórica, como aconteceu após o fim da Ditadura Empresarial-Militar de 1964-1985. Bolsonaro e todos os cúmplices de seus crimes, civis ou militares, serão presos e, se depender da vontade popular, o único título que ele ostentará será o de condenado. Sem anistia! Não ao título de cidadão olindense a Bolsonaro — e prisão para os golpistas!