
O escândalo dos cemitérios de Olinda veio à tona. Durante sessão na Câmara Municipal, vereadores denunciaram um esquema de cobrança de propina para que famílias consigam enterrar seus entes queridos nos cemitérios da cidade.
Segundo os relatos, o valor da propina chegaria a R$ 300, pago em espécie ou via Pix diretamente a servidores ligados à administração dos cemitérios municipais. O esquema, segundo os parlamentares, atinge principalmente famílias pobres e em situação de vulnerabilidade, que já enfrentam o sofrimento da perda e ainda precisam lidar com a corrupção na hora do sepultamento.
O presidente da Câmara, Saulo Holanda (MDB), classificou o caso como grave e afirmou que o secretário responsável pela gestão dos cemitérios será convocado para dar explicações.
O vereador Ricardo Sousa (AVANTE) revelou que também recebeu denúncias semelhantes. Ele contou que, em situações em que encaminhou famílias à assistência social do município — responsável pelo serviço funerário —, foi informado de que funcionários exigiam o pagamento de uma “taxa” irregular, em dinheiro vivo ou Pix, para liberar o enterro.
Já o vereador Simplício (PV) denunciou que, quando há intervenção de lideranças políticas ligadas a determinados pré-candidatos, os sepultamentos são agilizados de forma suspeita. Ele classificou a prática como “crime institucionalizado” e cobrou punição aos envolvidos.
As péssimas condições dos cemitérios de Olinda não são novidade. O abandono e a falta de gestão vêm sendo denunciados há anos. Em um dos casos mais emblemáticos, a ex-vereadora Dete Silva teve (PCdoB) a ossada do pai violada e extraviada, episódio que gerou inquérito ainda em andamento.
A Câmara aprovou, por 15 votos, a convocação do secretário municipal responsável pela área. A expectativa é de que ele compareça para explicar o que está acontecendo nos bastidores da chamada “máfia da cova”, que transforma o luto dos olindenses em negócio.





