
Em assembleia extraordinária realizada na Estação Central, o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) aprovou a paralisação do Metrô do Recife por 24 horas — das 22h de quarta-feira (13 de agosto) até as 22h desta quinta-feira (14) — como forma de protesto contra a ameaça de privatização do sistema e em defesa de investimentos urgentes em sua infraestrutura. A mobilização coincide com a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à capital pernambucana .
A medida afeta cerca de 140 mil usuários diários, muito embora estimativas mais recentes sugiram que até 180 mil passageiros possam ser impactados . Como alternativa emergencial, o governo local reforçou a oferta de ônibus em diversas linhas e criou rotas suplementares para minimizar os transtornos .
Os metroviários reivindicam o cumprimento da promessa de campanha feita por Lula em 2022 — a de manter o sistema metroviário sob gestão pública — e alertam que a privatização resultaria em aumento de tarifas, precarização dos serviços e exclusão de parcela significativa da população . Essa dinâmica lançou mão de uma estratégia de visibilidade ampliada, com instalação de outdoors e painéis de LED por pontos estratégicos da cidade que expressam recados como: “Lula, cumpra sua promessa. Não privatize o metrô do Recife” .
O protesto tem o apoio da Federação Nacional dos Metroferroviários (Fenametro) e de centrais sindicais como CUT, CTB e CSP-Conlutas, além de movimentos estudantis e populares . O Sindmetro-PE declarou que a categoria permanece em “estado de greve”, mantendo a possibilidade de novas paralisações conforme os desdobramentos da negociação .
Nos bastidores, o governo federal autorizou, em maio de 2025, o início do processo formal de concessão do Metrô do Recife à iniciativa privada, por meio do BNDES, após a resolução aprovada pelo CPPI . Essa decisão motivou reações de indignação da categoria metroviária, que agora pressiona pela reversão do processo ou, ao menos, condições públicas mais robustas de gestão.