Nos últimos meses, as pistolas de gel, também conhecidas como gel blasters, se tornaram uma febre no Brasil, especialmente entre jovens. Apesar de parecerem inofensivas, essas armas simulam o formato de armas reais e podem causar acidentes graves e até tragédias.
No dia 25 de novembro de 2024, Guilherme, um jovem de 24 anos, foi morto a tiros em Olinda após participar de uma “guerra de bolinhas de gel” com amigos. Durante a brincadeira, uma mulher foi acidentalmente atingida, o que resultou em uma discussão que terminou com um homem armado disparando contra a vítima. A Polícia Civil de Pernambuco investiga o caso.
Em outro episódio em Olinda, uma criança precisou passar por cirurgia ocular após ser atingida por uma dessas bolinhas, levantando ainda mais alertas sobre o perigo do uso inadequado desse equipamento.
As pistolas de gel podem ser adquiridas facilmente pela internet, com preços que variam entre R$ 50 e R$ 700. Elas disparam bolinhas que se expandem em contato com a água, mas, mesmo com aparência de brinquedo, não são regulamentadas pelo Inmetro como tal. Especialistas alertam que sua semelhança com armas reais pode provocar mal-entendidos fatais, especialmente em situações de abordagem policial ou em áreas de alta criminalidade.
Além disso, o Estatuto do Desarmamento proíbe a comercialização de réplicas de armas de fogo no Brasil, e o uso dessas armas simuladas em brincadeiras públicas pode gerar confusões ou ser considerado uma infração legal.
Enquanto muitos veem as pistolas de gel como uma diversão inofensiva, os recentes casos em Olinda mostram que elas podem trazer consequências graves. Especialistas recomendam maior conscientização e, possivelmente, uma regulamentação mais rigorosa para evitar que novas tragédias ocorram.